«Eis o Coração que tanto amou os homens, que não poupou nada até esgotar-se e consumir-se, para lhes testemunhar seu amor; e por reconhecimento não recebe da maior parte deles senão ingratidões.»(Sagrado Coração de Jesus a Santa Margarida Maria Alacoque)

sexta-feira, 7 de junho de 2019


PRIMEIRA SEXTA-FEIRA DO MÊS DE JUNHO, DEDICADA AO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS



OS EMBLEMAS DO SANTÍSSIMO CORAÇÃO DE JESUS*

As Chamas


Considerações: É manifesta a significação das chamas que cercam o Sagrado Coração. Santa Margarida viu-as já envolvendo toda a Pessoa de Jesus Cristo, já agitando-se como labareda dentro do seu Peito aberto pela Chaga do Lado. – O meu divino Salvador, diz a Santa, significou-me que as chamas simbolizam a abundância dos tesouros, cujo manancial se encontra no seu Coração. Numa palavra, todos os instrumentos da Paixão que o rodeiam, mas, sobretudo, as chamas, significam que o amor imenso deste divino Coração para com os homens foi a causa de todos os sofrimentos e amarguras que por nós quis sofrer.

Aplicações: O amor do Coração de Jesus, tanto o amor eterno do Verbo Divino, como o seu amor humano depois de encarnar, mostrou-se por obras admiráveis, que os Santos chamam loucuras de amor. Sendo Deus, tomou por nosso amor a forma de servo, quis ser menino, padecer pobreza e fadiga... sofreu todas as nossas misérias, exceto o pecado.

Afetos: O vosso Coração Divino vos levou, meu Salvador, a morrer entre atrozes tormentos por nós escravos e pecadores! E subindo ao Céu achastes [um] modo de ficar ao mesmo tempo na terra, embora escondido no Sacramento dos nossos altares, onde sois o viático da nossa alma! E lá no Seio do Eterno Pai intercedeis por nós e mandais à nossa alma o vosso Divino Espírito.

O amor mostra-se por obras, não consiste em palavras apenas. E quais são as obras com que temos correspondido ao amor do Coração de Jesus? Como estará queixoso da nossa frieza e ingratidão!

Propósitos: Acendamos o nosso amor na devoção ao Sagrado de Jesus, na meditação e sobretudo na comunhão, que é o Sacramento do amor. As faltas voluntárias são grande impedimento ao fervor da caridade. Examinemo-nos. Tenhamos confusão e pesar. Supliquemos ao Coração de Jesus que mande ao nosso coração, como fez a Santa Margarida Maria, uma das chamas que O abrasam!


A Cruz



Considerações: “A Cruz”, segundo Santa Margarida Maria, “significa que desde o primeiro instante da Encarnação, isto é, desde que foi formado o Santíssimo Coração, lhe estiveram presentes e aceitou por nosso amor todas as humilhações e dores que havia de sofrer na sua Humanidade Sagrada, no curso da sua vida mortal e durante a Paixão, e os ultrajes a que havia de estar exposto pela maldade dos homens até ao fim dos séculos no Sacramento Augustíssimo dos nossos altares – Com batismo de sangue hei de ser batizado e como estou cheio de ânsias até alcançar esse meu desejo”, disse Jesus.1

Aplicações: Sem amor à cruz, isto é, sem espírito de sacrifício, não pode haver progresso na virtude nem zelo da glória de Deus. Quem ama a sua vida, diz Jesus, perder-la-á. Qual é o nosso amor à cruz? Estamos dispostos a sacrificar por amor de Jesus a nossa reputação, a desprezar a estima das criaturas, a vencer os respeitos humanos? Aceitamos com paciência e até com amor as pequenas cruzes que o Senhor nos manda cada dia? Estamos prontos a sacrificar comodidades e tudo quanto há neste mundo e a mortificar as nossas paixões desordenadas, para conservar a graça de Deus, imitar a Jesus... mostrar-lhe o nosso amor? Estaríamos dispostos a dar por Ele a nossa vida, como os Mártires? Quem foge da Cruz, foge de Jesus.

Afetos: Peçamos instantemente ao Sagrado Coração o espírito de sacrifício.

A Coroa de Espinhos e a Ferida do Coração


Considerações: Segundo o Divino Salvador explicou a Santa Margarida Maria, a coroa de espinhos significa os desgostos e amarguras que lhe causaram nossos pecados. Os soldados no pretório de Pilatos puseram na Cabeça de Jesus uma coroa de agudos espinhos, mas bem mais cruéis são os espinhos que nós ousamos cravar no seu Coração, caindo em novos pecados.

A ferida aberta mostra-nos que esse Coração foi ferido para ser o nosso asilo e refúgio. O vosso lado, ó Jesus, diz São Bernardo, foi atravessado para nos abrir a entrada do Vosso Coração.

Aplicações: Jesus, no Jardim das Oliveiras, vendo a ingratidão com que os homens haviam de corresponder ao seu amor, a impiedade dos idólatras e infiéis, as heresias, blasfêmias e sacrilégios e toda a sorte de abominações dos mesmos batizados, e mais ainda as friezas e pecados das almas que lhe são consagradas, sentia no seu Coração uma agonia de morte. À Santa Margarida Maria pedia que as almas que mais o conhecem arrancassem esses espinhos com atos de desagravo e de amor e emendando-se de suas culpas voluntárias.

Temos procurado desagravar ou consolar assim o Sagrado Coração de Jesus? A Chaga aberta está nos convidando à confiança. Quem há de temer vendo que o Coração de Jesus está aberto para nosso refúgio? Nada nos assuste, nem mesmo os nossos enormes pecados. Esse Coração aberto é abrigo seguro, tanto na vida, como na morte. Procuremos esconder-nos nessa Chaga quando os trabalhos e tentações nos expuserem ao perigo de perder a paciência e a graça de Deus.

Colóquio: Façamos fervorosos atos de desagravo e reparação pelos espinhos que os homens e nós mesmos continuamos a cravar nesse Coração Divino. Pratiquemos a Comunhão reparadora e façamos-lhe visitas de desagravo.2  Excitemo-nos à confiança. Repitamos muitas vezes a jaculatória indulgenciada: Sagrado Coração de Jesus, tenho confiança em Vós.




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FONTE: blog Cum Petro et sub Petro Semper


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* Pe. Bruno Vercruysse, S.J., “Meditações Práticas para Todos os Dias do Ano”, Tomo II, Meditações Suplementares – Outubro, pp. 528-531; Terceira Edição, Livraria Apostolado da Imprensa, Porto, 1950.

1 cf. Lc 12, 50

2 São práticas muito indulgenciadas para todos os fiéis. Os associados do Apostolado da Oração podem lucrar uma Indulgência Plenária, tanto pela Comunhão reparadora, como pela Hora Santa.

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