PRIMEIRA
SEXTA-FEIRA DO MÊS DE JUNHO, DEDICADA AO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS
OS EMBLEMAS DO SANTÍSSIMO CORAÇÃO DE JESUS*
As Chamas
Considerações:
É
manifesta a significação das chamas que cercam o Sagrado Coração.
Santa Margarida viu-as já envolvendo toda a Pessoa de Jesus Cristo,
já agitando-se como labareda dentro do seu Peito aberto pela Chaga
do Lado. – O
meu divino Salvador, diz
a Santa, significou-me
que as chamas simbolizam a abundância dos tesouros, cujo manancial
se encontra no seu Coração. Numa
palavra, todos os instrumentos da Paixão que o rodeiam, mas,
sobretudo, as chamas, significam
que o amor imenso deste divino Coração para com os homens foi a
causa de todos os sofrimentos e amarguras que por nós quis sofrer.
Aplicações:
O
amor do Coração de Jesus, tanto o amor eterno do Verbo Divino, como
o seu amor humano depois de encarnar, mostrou-se por obras
admiráveis, que os Santos chamam loucuras de amor. Sendo Deus, tomou
por nosso amor a forma de servo, quis ser menino, padecer pobreza e
fadiga... sofreu todas as nossas misérias, exceto o pecado.
Afetos:
O
vosso Coração Divino vos levou, meu Salvador, a morrer entre
atrozes tormentos por nós escravos e pecadores! E subindo ao Céu
achastes [um] modo de ficar ao mesmo tempo na terra, embora escondido
no Sacramento dos nossos altares, onde sois o viático da nossa alma!
E lá no Seio do Eterno Pai intercedeis por nós e mandais à nossa
alma o vosso Divino Espírito.
O
amor mostra-se por obras, não consiste em palavras apenas. E
quais são as obras com que temos correspondido ao amor do Coração
de Jesus? Como estará queixoso da nossa frieza e ingratidão!
Propósitos:
Acendamos
o nosso amor na devoção ao Sagrado de Jesus, na meditação e
sobretudo na comunhão, que é o Sacramento do amor. As
faltas voluntárias são grande impedimento ao fervor da caridade.
Examinemo-nos.
Tenhamos confusão e pesar. Supliquemos ao Coração de Jesus que
mande ao nosso coração, como fez a Santa Margarida Maria, uma das
chamas que O abrasam!
A Cruz
Considerações:
“A
Cruz”, segundo Santa Margarida Maria, “significa que desde o
primeiro instante da Encarnação, isto é, desde que foi formado o
Santíssimo Coração, lhe estiveram presentes e aceitou por nosso
amor todas as humilhações e dores que havia de sofrer na sua
Humanidade Sagrada, no curso da sua vida mortal e durante a Paixão,
e os ultrajes a que havia de estar exposto pela maldade dos homens
até ao fim dos séculos no Sacramento Augustíssimo dos nossos
altares – Com
batismo de sangue hei de ser batizado e como estou cheio de ânsias
até alcançar esse meu desejo”, disse
Jesus.1
Aplicações:
Sem
amor à cruz, isto é, sem espírito de sacrifício, não pode haver
progresso na virtude nem zelo da glória de Deus. Quem
ama a sua vida, diz
Jesus,
perder-la-á.
Qual
é o nosso amor à cruz? Estamos dispostos a sacrificar por amor de
Jesus a nossa reputação, a desprezar a estima das criaturas, a
vencer os respeitos humanos? Aceitamos com paciência e até com amor
as pequenas cruzes que o Senhor nos manda cada dia? Estamos prontos a
sacrificar comodidades e tudo quanto há neste mundo e a mortificar
as nossas paixões desordenadas, para conservar a graça de Deus,
imitar a Jesus... mostrar-lhe o nosso amor? Estaríamos dispostos a
dar por Ele a nossa vida, como os Mártires? Quem
foge da Cruz, foge de Jesus.
Afetos:
Peçamos
instantemente ao Sagrado Coração o espírito de sacrifício.
A
Coroa de Espinhos e a Ferida do Coração
Considerações:
Segundo
o Divino Salvador explicou a Santa Margarida Maria, a coroa de
espinhos significa
os desgostos e amarguras que lhe causaram nossos pecados. Os
soldados no pretório de Pilatos puseram na Cabeça de Jesus uma
coroa de agudos espinhos, mas
bem mais cruéis são os espinhos que nós ousamos cravar no seu
Coração, caindo em novos pecados.
A
ferida aberta mostra-nos que esse Coração foi ferido para ser o
nosso asilo e refúgio. O
vosso lado, ó Jesus, diz
São Bernardo, foi
atravessado para nos abrir a entrada do Vosso Coração.
Aplicações:
Jesus,
no Jardim das Oliveiras, vendo a ingratidão com que os homens haviam
de corresponder ao seu amor, a impiedade dos idólatras e infiéis,
as heresias, blasfêmias e sacrilégios e toda a sorte de abominações
dos mesmos batizados, e mais ainda as friezas e pecados das almas que
lhe são consagradas, sentia no seu Coração uma agonia de morte. À
Santa Margarida Maria pedia que as almas que mais o conhecem
arrancassem esses espinhos com atos de desagravo e de amor e
emendando-se de suas culpas voluntárias.
Temos
procurado desagravar ou consolar assim o Sagrado Coração de Jesus?
A Chaga aberta está nos convidando à confiança. Quem há de temer
vendo que o Coração de Jesus está aberto para nosso refúgio? Nada
nos assuste, nem mesmo os nossos enormes pecados. Esse Coração
aberto é abrigo seguro, tanto na vida, como na morte. Procuremos
esconder-nos nessa Chaga quando os trabalhos e tentações nos
expuserem ao perigo de perder a paciência e a graça de Deus.
Colóquio:
Façamos
fervorosos atos de desagravo e reparação pelos espinhos que os
homens e nós mesmos continuamos a cravar nesse Coração Divino.
Pratiquemos a Comunhão reparadora e façamos-lhe visitas de
desagravo.2
Excitemo-nos à confiança. Repitamos muitas vezes a jaculatória
indulgenciada: Sagrado
Coração de Jesus, tenho confiança em Vós.
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FONTE:
blog Cum Petro et sub Petro Semper
______________
*
Pe. Bruno Vercruysse, S.J., “Meditações Práticas para Todos os
Dias do Ano”, Tomo II, Meditações Suplementares – Outubro, pp.
528-531; Terceira Edição, Livraria Apostolado da Imprensa, Porto,
1950.
1
cf. Lc 12, 50
2
São
práticas muito indulgenciadas para todos os fiéis. Os associados
do Apostolado da Oração podem lucrar uma Indulgência Plenária,
tanto pela Comunhão reparadora, como pela Hora Santa.
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