«Eis o Coração que tanto amou os homens, que não poupou nada até esgotar-se e consumir-se, para lhes testemunhar seu amor; e por reconhecimento não recebe da maior parte deles senão ingratidões.»(Sagrado Coração de Jesus a Santa Margarida Maria Alacoque)

sexta-feira, 4 de setembro de 2020

PRIMEIRA SEXTA-FEIRA DO MÊS DE SETEMBRO DEDICADA AO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS

PRIMEIRA SEXTA-FEIRA DO MÊS DE SETEMBRO DEDICADA AO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS

(Imagem: Gaudium Press)

A DEVOÇÃO AO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS

(Beato Dom Columba Marmion, OSB)

Diversidade de Aspectos com os quais as almas podem considerar a Deus


Há na piedade católica uma diversidade imensa, até mesmo infinita de aspectos com os quais as almas podem considerar a Deus.

Tal como o Espírito Santo não chama a todas as almas a brilhar de igual maneira pelas mesmas virtudes, igualmente, em matéria de devoção particular, lhes deixa uma santa liberdade que nós mesmos devemos respeitar cuidadosamente.

Há almas que se sentem atraídas a honrar especialmente os mistérios da infância de Jesus; outros, são atraídas pelos encantos interiores de sua vida oculta; outras não podem depreender-se da meditação da Paixão.


A Devoção ao Coração Sagrado de Jesus


No entanto, a devoção ao Coração Sagrado de Jesus é uma das que deveriam ser-nos mais queridas. Por quê?

Porque honra ao Cristo Nosso Senhor não tanto em um de seus estados ou de seus mistérios particulares, mas na generalidade de seu amor, desse modo no qual todos os mistérios encontram sua explicação mais profunda.

Ainda que esteja especial e claramente caracterizada, esta devoção reveste algo de universal: honrando ao Coração de Cristo – não é ao Menino Jesus, adolescente ou vítima que se dirigem nossas homenagens, mas à pessoa de Jesus na plenitude de seu amor.

Ademais, a prática geral desta devoção, tende, em última instância, a devolver ao Senhor amor por amor: Movet nos ad amandum mutuo; abarcar toda nossa atividade para penetrá-la de amor com o fim de comprazer a Cristo Jesus; os exercícios particulares n]ao são senão projetos para expressar a nosso divino Mestre essa reciprocidade de amor.

Este é um efeito preciosíssimo dessa devoção. Porque toda religião católica nos orienta em direção a este ponto: entregar-nos por amor ao serviço de Cristo e, por ele ao Pai e seu comum Espírito. Este ponto é de uma importância capital, e quero, para terminar esta meditação fazer alguns comentários.


Ter uma ideia verdadeira de Deus


É uma verdade, confirmada pela experiência das almas, que nossa vida espiritual depende, em grande parte, da ideia que nós fazemos habitualmente de Deus.

Há entre nós e Deus relações fundamentais, baseadas em nossa natureza de criatura; existem relações morais que resultam de nossa atitude para com Ele e esta atitude é, na maior parte do tempo condicionada pela ideia que temos de Deus.

Se nós fazemos de Deus uma ideia falsa, nossos esforços para avançar serão amiúde vãos e estéreis, porque se produzirão fora do caminho; se temos uma ideia incompleta, nossa vida espiritual estará cheia de lacunas e de imperfeições; mas se nossa ideia de Deus é verdadeira, tão verdadeira como seja possível aqui em baixo a uma criatura que vive da fé, nossa alma se abrirá, com toda certeza à luz divina.

Esta ideia habitual que nós fazemos de Deus é, pois, a chave de nossa vida interior, não só porque regula nossa conduta para com Ele, mas também porque, frequentemente, determina atitude de Deus mesmo com respeito a nós; em muitos casos, Deus nos trata como o tratamos.

Mas, alguns me dirão a graça santificante não nos faz filhos de Deus? Certamente, sem embaraço, na prática, há almas que não atuam como filhos adotivos do Pai eterno.

Dir-ser-ia que esta condição de filhos de Deus não tem para eles senão um valor nominal; não compreendem que este é um estado fundamental que requer manifestar-se sem cessar mediante atos que correspondam, e que toda vida espiritual deve ser o desenvolvimento do espírito de adoção divina, espírito que temos recebido no batismo pela virtude de Cristo Jesus.


Receba o conteúdo deste blog gratuitamente. Cadastre seu e-mail abaixo.



FONTE: in Revista Guarde a Fé, Ano I, nº 2(38), Jan/Mar 2019, Associação Religiosa e Cultural São Pio X, pp. 53-54.

quinta-feira, 3 de setembro de 2020

HORA SANTA DO MÊS DE SETEMBRO

HORA SANTA DO MÊS DE SETEMBRO


Coração de Jesus Consolador

Primeiramente me hás de receber no SS. Sacramento, sempre que a obediência te quiser conceder, por mais mortificações e humilhações que daí te hajam de vir, as quais tu deves receber como penhores do meu amor. E além disso hás de comungar todas as primeiras sextas-feiras de cada mês; e todas as noites da quinta para sexta-feira far-te-ei participar daquela mortal tristeza que eu quis sentir no Horto, tristeza que te há de reduzir a uma espécie de agonia mais angustiosa que a morte.

E para me acompanhares na humilde oração que eu apresentei a meu Pai, no meio de todas as minhas angústias; todas as quintas-feiras, levantar-te-ás entre as onze horas e meia-noite para comigo prostrares durante uma hora, com o rosto em terra, assim para aplacar a ira divina, pedindo misericórdia para com os pecadores, como para adoçar, de alguma maneira, a amargura que eu sentia com o desamparo em que me deixavam meus apóstolos, o qual me obrigou a lançar-lhes em rosto não o terem podido velar uma hora comigo. (palavras do Coração de Nosso Senhor Jesus Cristo a Santa Margarida Maria Alacoque, acerca da comunhão reparadora das primeiras Sextas-feiras e Horas Santas)

☆ ☆ ☆

Acesse por aqui uma das Horas Santas de Junho que já publicamos, propostas por Santo Afonso Maria de Ligório ou pelo Pe. Mateo Crawley-Boevey.

Abaixo, a sugestão de um texto para meditação. Convém que, após a meditação, sejam acrescidas orações ao Sagrado Coração de Jesus, especialmente de caráter reparador.


Jesus no Horto das Oliveiras (Getsêmani)

DA ORAÇÃO NO HORTO


Considera, alma atribulada, que vês a Jesus Cristo debaixo de umas tristes e sombrias oliveiras: lá está de joelhos, mãos erguidas, rosto aflito e o ânimo cheio de amargura, de tristeza e de uma mortal agonia: repara que está só; mas não te admires desta solidão e desamparo, porque tens boa experiência do mundo, e bem sabes que todos querem acompanhar a Jesus Cristo no monte Tabor; isto é, nas felicidades e glorias desta vida, e muito poucos o desejam acompanhar no Oliveiras, quero dizer, nas tristezas, aflições e agonias.

Tu, pois, se dele te compadeces, faze-lhe companhia, e não queiras desamparar o teu Senhor aflito. Mas adverte bem, que a Jesus, assim triste e desconsolado, não acompanha bem uma alma, quando está muito alegre e contente com as prosperidades do mundo: só umas lágrimas fazem boa companhia a outras lágrimas, e uma aflição a outra. Portanto, se te vês como Jesus Cristo, cheio de tristeza e de amargura, consola-te, que assim acompanhadas bem a teu Senhor na oração no Horto. Ele estima sumamente a tua companhia, pois bem conhece que, acompanhá-lo nas glórias, pode ser interesse, mas acompanhá-lo nas aflições, é puro amor. Dize-lhe, no meio de tuas penas: Aqui me tendes meu Deus, aqui me tendes: antes triste convosco, que alegre com o mundo. Repete isto muitas vezes na tua alma; e, quando o coração for vacilando, lança mão desta jaculatória, e repete-a com muita força, que Deus algum dia te dirá: Filho meu, que me acompanhaste nas penas,vem acompanhar-me na glória.


JACULATÓRIA. Meu Deus, aflito por meu amor, sinceramente vos digo, que antes quero viver triste convosco, do que alegre sem Vós.


Receba o conteúdo deste blog gratuitamente. Cadastre seu e-mail abaixo.


FONTE: in Thesouro de Paciência nas Chagas de Jesus Christo ou Consolação da Alma Atribulada na Meditação das Penas do Salvador, Padre Theodoro de Almeida, Congregação do Oratório, Livraria Catholica Portuense, Porto-Portugal, 1902, Meditação I, pp. 1-3, obra em formato PDF, obtida do bloig Alexandria Católica – Texto revisto e atualizado.