«Eis o Coração que tanto amou os homens, que não poupou nada até esgotar-se e consumir-se, para lhes testemunhar seu amor; e por reconhecimento não recebe da maior parte deles senão ingratidões.»(Sagrado Coração de Jesus a Santa Margarida Maria Alacoque)

domingo, 9 de setembro de 2018


SANTA GERTRUDES DE HELFTA (1256-1302) E O CORAÇÃO DE JESUS


Santa Gertrudes de Helfta, a Grande

Nada se sabe acerca da família de Santa Gertrudes, pois, com apenas 5 anos de idade foi levada para o mosteiro cisterciense de Helfta, perto de Eisleben, na Saxônia, entretanto, como ela própria afirmou em seus escritos, Jesus a escolheu e desde cedo a separou de todo e qualquer laço humano, tonando-a sua esposa muito amada, educando-a nas ciências mundanas e na ciência divina, por meio das freiras do mosteiro, até que se revelou a ela como seu Divino Mestre.

Foi discípula de Santa Matilde de Hackeborn (1242-1297), que lhe instruiu e, em diversas ocasiões, ambas tiveram a visita de Nosso Senhor, sua Mãe Santíssima e diversos santos, como encontra-se relatado no “Livro da Graça Especial” (de Santa Matilde), escrito, parcialmente, pela própria Gertrudes.

Por determinação do próprio Jesus, Santa Gertrudes escreveu as revelações que lhe foram feitas, em um livro de cinco volumes, denominado “Mensagem do Amor de Deus”, em latim: Liber Legationis Divinae Pietatis, mas como ela relutasse a escrevê-lo, assim disse-lhe o Senhor:
Jesus a Santa Gertrudes
(Foto: Monastério de Villa Mayor)

Não aceito nenhuma objeção e quero que teus escritos sejam para os últimos tempos, quando vou difundir minha graça sobre muitas almas, um testemunho irrecusável de minha divina ternura (Livro II, cap. X).

E mais:

Quem vier a mim com o coração humilde e quiser ler essas páginas por amor de meu amor, Eu o tomarei em meus braços e lhe mostrarei, com o dedo, as passagens que lhe são úteis. Mas quem, levado por vã curiosidade, quiser divagar sobre o livro e falsear seu sentido, Eu o tratarei como um insolente que se debruça sobre meus ombros; não suportarei nem seu peso incômodo nem mesmo sua presença e não hesitarei em confundi-lo, com minha força divina (Livro V, cap. XXXIV).

Disse ainda:

Três coisas me agradam nesse livro: sinto nele a inexprimível doçura de meu divino amor, fonte verdadeira de tudo o que contém; respiro nele o agradável perfume que se exala da boa vontade da pessoa que o escreveu; enfim, Me alegro de ver descritas quase em todas suas páginas, os efeitos de minha bondade infinita (Livro V, cap. XXIII).

E, como se já não bastassem as palavras do próprio Senhor à sua Santa Virgem de Helfta, o Apóstolo Amado, São João Evangelista, ao ser questionado por Santa Gertrudes por ter guardado em silêncio sobre o que sentiu ao ouvir as batidas do Sagrado Coração, no momento que repousou sobre o peito do Senhor sua cabeça, assim lhe respondeu: “Minha missão era manifestar à Igreja nova por uma só palavra, o Verbo incriado de Deus Pai; e essa única palavra pode servir até o fim do mundo para satisfazer a inteligência de toda raça humana, ainda que ninguém chegue a compreendê-la inteiramente. A doce eloquência das batidas do Coração Sagrado está reservada para os últimos tempos, a fim de que o mundo envelhecido e entorpecido se reaqueça no amor de Deus” (Livro IV, cap. IV).

Essa é, portanto, a introdução que fazemos dos primeiros textos de Santa Gertrudes de Helfta, a grande difusora da devoção ao Sagrado Coração de Jesus do século XIII, os quais pretendemos passar a compartilhar neste blog dedicado ao Sagrado Coração de Jesus, com o mesmo objetivo das demais postagens: oferecer subsídios e dar maior conhecimento da grandeza, importância e utilidade dessa devoção ao mundo presente, fruto do inestimável AMOR DO CORAÇÃO DE JESUS pela humanidade.

Seus escritos somar-se-ão aos de sua mestra, Santa Matilde Hackeborn (ainda por fazermos), ao do Apóstolo dos Sagrados Corações de Jesus e Maria, São João Eudes, aos da confidente da revelação ao mundo dessa devoção, Santa Margarida Maria Alacoque, e de seu diretor espiritual, São Cláudio de la Columbière, e de todos os outros, santos ou não, mas que se dedicam a esse apostolado.
Santa Gertrudes de Helfta

Por fim, registramos a Promessa de Jesus à sua Confidente, de torná-la sua intercessora privilegiada para distribuição de suas graças:

Sempre darei a cada um o que ele espera obter por tua intercessão. Além disso, concederei o que prometeres em meu nome e se, por vezes, a fragilidade humana não deixar sentir o efeito de minha ação, provocarei nas almas um progresso espiritual conforme ao que tiverdes prometido (Livro I, cap. XIV).

E noutra ocasião, ratificou:


De ora em diante terei o prazer em me servir de teu coração. Ele será o canal que, da fonte que jorra de meu Coração sagrado, derramará torrentes de consolação divina sobre os que se dispuserem a receber essas efusões, isto é, que tiverem recorrido a ti com confiança e humildade (Livro III, cap. LXVII).

Ela própria confirmou esta promessa: “Enfim, por um excesso de Vossa liberalidade, ó meu Deus, ainda me fizestes esta promessa: quando depois de minha morte, uma alma se recomendar às minhas indignas orações, lembrando-se da divina familiaridade com que me honrastes, Vós a atenderíeis com prazer, contanto que, em reparação de suas próprias negligências, essa alma Vos dê graças com humilde devoção pelos cinco benefícios particulares com que me enriquecestes1” (Livro II, cap. XX).

Por Maria a Jesus!

Sou todo teu, Maria.




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FONTES: excertos das introduções dos livros: “Mensagem do Amor de Deus – Revelações de Santa Gertrudes”, Livro Primeiro, Editora Artpress, São Paulo/2003, pp. 3 a 8; “Segredos do Sagrado Coração – Revelações de Santa Gertrudes”, Livro II, Editora Artpress, 2ª edição, São Paulo/2011, pp. 3 a 6; “Mensagem do Amor de Deus – Revelações de Santa Gertrudes”, Livro III, Editora Artpress, São Paulo/2009, pp. 3 a 5. (Textos revistos e atualizados, sendo alguns destaques nossos).


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1 Os cinco benefícios são: 1. o amor gratuito com que a bondade divina a escolheu, desde toda a eternidade; 2. a atração com que Ele a chamou a Si; 3. a união íntima que Deus teve com ela; 4. o gozo que Deus teve em ser acolhido no coração dela; 5. a graça de fazer com que ela se entregasse inteiramente à vontade d'Ele (cf. Livro II, cap. XX).

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