«Eis o Coração que tanto amou os homens, que não poupou nada até esgotar-se e consumir-se, para lhes testemunhar seu amor; e por reconhecimento não recebe da maior parte deles senão ingratidões.»(Sagrado Coração de Jesus a Santa Margarida Maria Alacoque)

quinta-feira, 2 de julho de 2020

HORA SANTA DO MÊS DE JULHO + 1

HORA SANTA DO MÊS DE JULHO


Primeiramente me hás de receber no SS. Sacramento, sempre que a obediência te quiser conceder, por mais mortificações e humilhações que daí te hajam de vir, as quais tu deves receber como penhores do meu amor. E além disso hás de comungar todas as primeiras sextas-feiras de cada mês; e todas as noites da quinta para sexta-feira far-te-ei participar daquela mortal tristeza que eu quis sentir no Horto, tristeza que te há de reduzir a uma espécie de agonia mais angustiosa que a morte.

E para me acompanhares na humilde oração que eu apresentei a meu Pai, no meio de todas as minhas angústias; todas as quintas-feiras, levantar-te-ás entre as onze horas e meia-noite para comigo prostrares durante uma hora, com o rosto em terra, assim para aplacar a ira divina, pedindo misericórdia para com os pecadores, como para adoçar, de alguma maneira, a amargura que eu sentia com o desamparo em que me deixavam meus apóstolos, o qual me obrigou a lançar-lhes em rosto não o terem podido velar uma hora comigo. (palavras do Coração de Nosso Senhor Jesus Cristo a Santa Margarida Maria Alacoque, acerca da comunhão reparadora das primeiras Sextas-feiras e Horas Santas)


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Acesse por aqui uma das Horas Santas de Junho que já publicamos, propostas por Santo Afonso Maria de Ligório ou pelo Pe. Mateo Crawley-Boevey.


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OS MISTÉRIOS DA ÁGUA E DO SANGUE


Uma homilia de São Bernardino sobre o Coração rasgado, na passagem de São João (19,34): “mas um dos soldados abriu-lhe um lado com uma lança, e imediatamente saiu sangue e água”. Do Ofício do Sagrado Coração de Jesus.


Ex Corde scisso Ecclésia,

Christo jugáta, náscitur:

Hoc óstium arcæ in látere est

Génti ad salútem pósitum.[1]

(Hino das Vésperas do Santíssimo Coração)[2]


São João acrescentou: “mas um dos soldados abriu-lhe um lado com uma lança, e imediatamente saiu sangue e água”. Ó amor que tudo desatas! Como, para a redenção nossa, abandonastes o nosso amante? De fato, para que o dilúvio do amor inundasse de todos os lados, foram rompidos sobre nós os grandes abismos; vale dizer, as profundezas[3] do Coração de Jesus, que, alcançando o íntimo, uma lança cruel não poupou. “E saiu sangue e água”. O Sangue da redenção, mas também a água correu para purificação; onde a Igreja foi formada do Lado de Cristo, para que ela saiba ser eternamente a única e amada de Cristo, e para que reconheça o quanto seja sentida a culpa pela qual saiu de tal forma o Sangue divino do Homem Deus vivo e morto. Não somos, portanto, de pouca monta, se para nós se versa o Sangue divino.

A água literalmente não saiu misturada ao Sangue. De fato, não teria sido compreendido pelos ignorantes se tivesse saído misturada ao Sangue. E, talvez, todo o Sangue saiu daquele corpo divino em sinal de todo o amor doado; só depois saiu o humor áqueo. Isso ocorreu certamente por um grande mistério, para que primeiro saísse do mesmo Corpo o preço do resgate, e depois a água na qual está significada a multidão dos povos redimida. E visto que há muitas águas, muitos povos, todavia aqueles que pertencem à Fé Cristã formam um só povo fiel, de forma que não sejam “águas”, mas “água” que saiu do Lado de Cristo, como em 1Cor 10,17, diz o Apóstolo: “Visto que há um só Pão, nós, embora muitos, formamos um só Corpo, nós todos que participamos de um mesmo Pão”. E, de novo, em Ef 4,5, diz: “Há um só Senhor, uma só fé, um só batismo”.

Porém, é de notar que o Lado de Cristo se diz “aberto” e não “ferido”: uma vez que não se pode fazer uma ferida se não em um corpo vivo. De fato, o Evangelista São João diz: “um dos soldados abriu-lhe um lado com uma lança”; para que, no Lado aberto, aprendamos o amor até a morte do seu Coração, e entremos naquele inefável amor seu, onde Ele chegou a nós. Apressemo-nos, portanto, até o seu Coração, Coração grande, Coração secreto, Coração que a tudo pensa, Coração que tudo conhece, Coração que ama, não... arde de amor; compreendamos a sua porta aberta ao menos na veemência do amor; entremos cordiformes no Secreto escondido desde a eternidade, mas agora revelado na morte quase pelo Lado aberto; pois a abertura do Lado demostra a abertura do Templo Eterno, onde é a felicidade perfeita de todos os seres.




Notas:

1. Do rasgado Coração de Cristo

Nasce sua Esposa, a gloriosa Igreja:

Esta é a porta aberta no Lado

Da Arca salvadora da terra.


2. EN UT SUPERBA CRIMINUM

En ut superba criminum

Et saeva nostrorum cohors

Cor sauciavit innocens

Merentis haud tale Dei!


Vibrantis hastam militis

Peccata nostra dirigunt,

Ferrumque dirae cuspidis

Mortale crimen acuit.


Ex corde scisso Ecclesia,

Christo jugata, nascitur:

Hoc ostium arcae in latere est

Genti ad salutem positum.


Ex hoc perennis gratia,

Ceu septiformis fluvius,

Stolas ut illic sordidas

Lavemus Agni in sanguine.


Turpe est redire ad crimina,

Quae cor beatum lacerent:

Sed aemulemur córdibus

Flammas amoris índices.


Jesu tibi sit gloria,

Qui Corde fundis gratiam,

Cum Patre et almo Siritu

In sempiterna saecula.

3. Em italiano está “penetrali”, a parte mais íntima de um templo. Figurativamente, o lugar mais íntimo de alguém.



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FONTE: blog Pale Ideas - Tradição Católica!

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