«Eis o Coração que tanto amou os homens, que não poupou nada até esgotar-se e consumir-se, para lhes testemunhar seu amor; e por reconhecimento não recebe da maior parte deles senão ingratidões.»(Sagrado Coração de Jesus a Santa Margarida Maria Alacoque)

sexta-feira, 6 de setembro de 2019


PRIMEIRA SEXTA-FEIRA DO MÊS DE SETEMBRO, DEDICADA AO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS



«Aprendei de Mim que sou manso e humilde de coração» (Mt 9, 29)
(Pe. Mateo Crawley-Boevey)

«Que a vossa vida seja escondida em Deus!» (Cl 3, 3)

A vida natural tal qual é – vinda da lama para voltar ao pó não vale a pena de ser vivida. Não é um ideal para um apóstolo, é-lhe necessário algo de mais belo.

Seu ideal deve ser viver em Jesus, de Jesus e por Jesus.

Que a vossa vida seja escondida, perdida em Deus! Com Jesus Cristo, vida de vossa vida!

Mas, para atingir essa vida ideal, lembrai-vos primeiro que não sois vós que subis: é ele que desce.

Vede como elevar-vos até aos cumes; é ele que desce até ao seio de Maria, daí ao presépio, e em seguida ao altar… Ele desce sempre! Ele se anula depois de se ter feito nosso irmão. Tal é a sua glória.. . Tal é também a minha. Como eu espero ser revestido um dia de sua grandeza, é preciso que eu me revista agora de sua humildade.

Ah! Nós somos grandes demais por nós mesmos; grandeza de amor próprio e falsa grandeza que não é a dos santos. Desde a encarnação, os temos: grande (na nossa apreciação) e santo (aos olhos de Deus), se repelem.

É preciso, pois, começar por ser pequenos: é o primeiro passo.

Insisto: somos grandes demais para ser seus instrumentos e para tornar-nos santos. É preciso ser muito pequeno para ser um grande santo. O que faz a grandeza é a pequenez.

Mais que todos os palácios: Belém e o tabernáculo. – Mais que o presépio do céu, a hóstia!

Somos grandes demais para nos transformarmos nele para sermos apóstolos.

Para ser ele, para dá-lo, tornemo-nos como que única partícula de hóstia.

Contanto que ele seja a nossa vida, ele consente com ser pó, farinha de hóstia.

Vede-o esquecido em seu tabernáculo. Em milhares de sacrários que se elevam sobre a terra, ele está só, o mais das vezes. É o grande abandonado e é também o grande pobre. Se tivésseis visto como eu, missionário, tabernáculos… miseráveis e vergonhosas caixas, com hóstias abandonadas!…

Jesus-Eucaristia, meditado, compreendido, dá a grande lição de humildade e diminuição que é preciso para as nossas pobres grandezas: Nós não somos mais que o Mestre (Lc 6, 40).

Esquecei vossos direitos para nada serdes; nada para as criaturas, nada para vós… tudo para ele.

Teremos mesmo direitos, nós, junto dele que não quer tê-los, que não faz valer outro direito senão o de ser amado?

É preciso que diminuamos, para que ele cresça em nós e por nós (Jo 3, 30).

Toda a sua vida sobre a terra não foi mais.

«Aprendei de mim, diz-nos ele, que sou manso e humilde…» (Mt 11, 29) Absolutamente idêntica é a de Paray.

Que vergonha para nós: o Verbo aniquilado entre as criaturas culpadas ... e nós pensando em nossos direitos, preocupados com os nossos títulos, com a nossa honra! Ele tornado mortal, escravo, pó, “vermis” (SI 21, 7) um verme da terra, e nós, orgulhosos, ambiciosos, arrogantes, suscetíveis, em face do tabernáculo cujo silêncio e abandono condenam a arrogância da nossa soberba, da nossa vaidade. Que contraste entre o Rei dos reis na sua eucaristia, e nós carrascos… pecado e nada!

Entrai no Coração de Jesus, para aprender com ele a vos aniquilar, para compreender e amar nele a santa humildade.

Tu és, ó Jesus, o Deus escondido!… Esconde-te em mim, e então, transformado eu mesmo numa hóstia, fiquemos sempre… eternamente unidos um ao outro… Tu em meu pobre coração e eu perdido no abismo de dor e de celeste luz do teu sagrado Coração.

Ensinai-me, neste santuário, a ciência que faz amar o esquecimento, mesmo o desprezo e a ingratidão das criaturas... Oh! oculta-me aos meus olhos e aos das criaturas, para só viver para ti, ó Jesus, conhecido e amado só por ti.”



Receba o conteúdo deste blog gratuitamente. Cadastre seu e-mail abaixo.



FONTE: livro Jesus Rei de Amor, Pe. Mateo Crawley-Boevey, Editora Vozes, 2ª edição/1939, Cap. V-Humildade, pp. 189-192 – Texto atualizado e alguns destaques são do original.

Nenhum comentário:

Postar um comentário