«Eis o Coração que tanto amou os homens, que não poupou nada até esgotar-se e consumir-se, para lhes testemunhar seu amor; e por reconhecimento não recebe da maior parte deles senão ingratidões.»(Sagrado Coração de Jesus a Santa Margarida Maria Alacoque)

sexta-feira, 4 de junho de 2021

PRIMEIRA SEXTA-FEIRA DO MÊS DE JUNHO

PRIMEIRA SEXTA-FEIRA DO MÊS DE JUNHO DEDICADA AO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS

Sacratíssimo Coração de Jesus (imagem: O Fiel Católico)

CORAÇÃO DE CRISTO, CORAÇÃO DO MUNDO

No mês de junho o afeto do povo de Deus cultua de modo especial o Coração do Cristo Jesus. Na antropologia bíblica “coração” indica o interior do homem, a sede de seu caráter, de sua personalidade, ali onde nascem os pensamentos e sentimentos mais profundos. O coração é a sede das decisões do homem. Dizer “coração” é referir-se ao homem como ser que reflete e toma decisões com conhecimento de causa.

Assim, enquanto nas línguas modernas o coração é, sobretudo, o órgão dos afetos, na linguagem bíblica, o coração é, principalmente, o órgão do pensamento: dizer que alguém não tem coração é dizer que não tem juízo, que não conhece os próprios pensamentos! No salmo o autor sagrado suplica:

Senhor, mostra-me Teu caminho e eu me conduzirei segundo a Tua vontade. Unifica meu coração para que ele tema o Teu Nome! (Sl 86,11)

Em outras palavras:

Unifica-me a mim para Ti: que meus pensamentos estejam em Ti

E o Coração de Cristo: que dizer dele? Seu Coração humano – Ele amou com um coração humano! – é imagem do Coração do Pai, de modo que podemos afirmar que o Coração de Deus se manifesta no Coração de Cristo:

Como o Pai Me amou, Eu também vos amei!

Ora, em toda a sua existência, Jesus revela o Coração do Pai, de modo que no Coração compassivo, manso e sereno do Senhor Jesus, podemos entrever o quanto Deus é para nós ternura e carinho, acolhimento e perdão!

A Igreja compreendeu isto tão bem que coloca a seguinte antífona de entrada para a Missa do Coração de Jesus:

Eis os pensamentos do Seu Coração, que permanecem ao longo das gerações: libertar da morte todos os homens e conservar-lhes a vida em tempo de penúria (Sl 32,11.19)

É este o pensamento, o projeto do Coração de Deus, manifestado no Coração de Jesus: libertar e dar a vida! Contemplar o Coração de Cristo, manso e humilde, aberto na cruz para que recebamos a água que nos vivifica e o sangue que nos lava, significa experimentar, crer e anunciar que Deus, o Pai de Jesus, é amor e fonte de amor. Este anúncio é tanto mais urgente e necessário quanto mais vemos um mundo, o nosso, ferido de coração; ferido de coração e, por vezes, sem coração… Ou não é um mundo machucado pela incredulidade, pela solidão, pela violência, a fome e a pobreza, este mundo nosso? Por mais que os psicólogos tentem, não são eles que salvarão a humanidade: somente o amor dá sentido a todas as coisas! E é precisamente isto que o Coração de Jesus revela: que Deus é amor, que Sua paternidade cheia de compaixão e misericórdia abraça todas as criaturas. Do Seu amor ninguém é excluído, a não ser que se exclua, do Seu carinho ninguém é esquecido!

Quem dera que este mundo que corre o risco de se tornar sem coração, mundo cão, encontre no Coração de Cristo o descanso, a inspiração e a paz! Quem dera que aceite o convite sempre atual e desafiante:

Vinde a Mim, vós todos os que estais cansados sob o peso o vosso farto e Eu vos darei descanso. Tomai sobre vós o Meu jugo a aprendei de Mim, porque sou manso e humilde de coração… E encontrareis descanso… (Mt 11,28ss)



__________Dom Henrique Soares da Costa



FONTE: in Rumo à Santidade (alguns destaques são nossos).

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