CARTA DE AMOR DA SABEDORIA ETERNA
Esta
beleza eterna e soberanamente amável tem um desejo tão ardente pela
amizade do homem que, para alcançá-la, escreveu, expressamente, um
livro, nele revelando as suas próprias excelências e quanto anseia
pela sua companhia.
O
livro é como que uma carta
de uma namorada ao seu namorado
para conquistar a sua afeição. Os desejos aí manifestados para
conquistar o coração do homem são de maneira prementes, os pedidos
de amizade são de maneira ternos, os afetos e votos de tal maneira
amorosos que, ao ouvi-lo falar, não se diria ser ela a Rainha do céu
e da terra, de tal maneira necessita dos homens para se feliz (Prov.
8, 15-31).
Em
busca do homem ela percorre longas estradas, escarpa montanhas
altíssimas, vai à entrada das cidades, penetra em praças públicas,
infiltrando-se na multidão e clamando tão alto que possível: «É
a vós, ó homens, a quem me dirijo.»(Prov.
8, 4).
«Ó
filhos dos homens, é a vós que eu dirijo, desde há muito tempo,
este meu grito; a vós se dirige o meu apelo; é a vós que eu
desejo, sois vós que quem eu procuro, sois vós que eu reclamo.
Escutai-me! Vinde a mim! Desejo apenas tornar-vos felizes!»
E,
para mais facilmente os atrair, acrescenta:
«É
graças a mim e mediante o meu favor que os reis reinam, que os
príncipes, os poderosos e os monarcas têm cetro de coroa. Sou quem
inspira os legisladores na ciência de promulgarem leis justas para
governar os Estados; sou ainda eu quem dá força aos magistrados
para que exerçam a justiça com equidade e sem temor.»
«Eu
amo aqueles que me amam e todos quantos me procurarem diligentemente
hão de encontrar-me; encontrando-me a mim, encontrarão a
abundância de todos os bens já que estão em mim as riquezas, a
glória, a honra, a dignidade, as delicias duradouras e todas as
verdadeiras virtudes.
Sem
dúvida que é incomparavelmente melhor para o homem possuir-me a mim
do que possuir todo o ouro e toda prata do mundo, todas as pedras
preciosas e todos os bens do universo inteiro.
Todos
quanto virem a mim, conduzi-los-ei por caminhos de justiça e
prudência, enriquecê-los-ei com tudo quanto possam possuir os
verdadeiros filhos, até ficarem completamente saciados.
Ficai
cientes de que meu maior prazer e minhas maiores delícias consistem
em entreter-me e habitar com os filhos dos homens.»
«Agora,
filhos, escutai-me:
Felizes
aqueles que seguem pelos meus caminhos!
Prestai
atenção aos meus ensinamentos e sede sensatos,
não
os negligencieis!
Feliz
o homem que me escuta, que se apresenta à minha porta
a
cada dia, esperando-me no limiar da minha casa.
Na
verdade, quem me encontra encontra a vida, e goza do favor
do
Senhor. Mas quem pecar contra mim causará dano a
si
mesmo; todo que me odeia, ama a morte.»
(Prov. 8, 31-36)
Apesar
de tudo quanto a Sabedoria disse com palavras ternas e insinuantes
para conquistar a amizade dos homens, ela receia ainda que – devido
ao seu maravilhoso resplendor e sua soberana majestade – eles não
ousam aproximar dela, por respeito.
Por
isso dirige-se-lhes ainda nestes termos:
«A
Sabedoria é radiante e indefectível, facilmente é contemplada por
aqueles que a amam e se deixa encontrar por aqueles que a buscam. Ela
mesma se dá a conhecer aos que a desejam. Quem por ela madruga não
se cansa: encontra-a sentada à porta.» (Sab.
6, 12-14)
DESEJAMOS
A TODOS OS NOSSOS SEGUIDORES
E
VISITANTES,
UM
SANTO E ABENÇOADO NATAL,
NO
AMOR DO CORAÇÃO DE JESUS
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FONTE:
opúsculo O Amor da Sabedoria Eterna, S. Luís de Montfort,
Centro Mariano Monfortino, Portugal/1995, Cap. VI, 65-69, pp. 72-75.
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