DIFUNDIR O CULTO AO CORAÇÃO DE JESUS
Mosaico da Capela de São Cláudio La Columbière, em Paray-le-Monial |
DURANTE
minha peregrinação a Paray-le-Monial, desejei vir rezar na capela
onde se venera o túmulo de são Cláudio la Columbière. Ele foi o
“servo fiel” que, em seu amor providencial, o Senhor deu como
diretor espiritual a santa Margarida Maria Alacoque. Tornou-se,
então, o primeiro propagador de sua mensagem. Em poucos anos de vida
religiosa e de ministério intenso, revelou-se um “filho exemplar”
da Companhia de Jesus, a qual, segundo o testemunho de santa
Margarida Maria, Cristo confiara o encargo de difundir o culto de
seu Coração divino.
Sei
com que generosidades a Companhia de Jesus acolheu essa admirável
missão e com que fervor se encarregou de cumpri-la, o melhor
possível, ao logo destes três últimos séculos. Desejo, nesta
ocasião solene, exortar todos os membros da Companhia a promover,
com maior zelo ainda, essa devoção que corresponde plenamente às
expectativas de nosso tempo.
Com
efeito, se o Senhor quis, em sua Providência, que no limiar dos
tempos modernos, no século XVII, partisse de Paray-le-Monial um
impulso poderoso em favor da devoção ao Coração de Cristo, sob as
formas indicadas nas revelações recebidas por santa Margarida
Maria, os elementos essenciais dessa devoção pertenciam já à
espiritualidade da Igreja ao longo de sua história. Desde o
princípio, a Igreja voltou seu olhar para o Coração de Cristo
traspassado na cruz de onde jorraram sangue e água, símbolos dos
sacramentos que constituem a Igreja. No Coração do Verbo encarnado,
os padres do Oriente e do Ocidente viram o começo de toda a obra da
nossa salvação, fruto do amor do divino Redentor. O Coração
traspassado é símbolo particularmente expressivo desse amor.
O
desejo de “conhecer intimamente o Senhor” e de “fazer um
colóquio” com ele, coração a coração, é característica,
graças aos Exercícios Espirituais, do dinamismo espiritual e
apostólico inaciano, todo a serviço do amor do Coração de Deus.
O
Concílio Vaticano II, enquanto nos lembra que Cristo, Verbo
encarnado, nos “amou com um coração de homem”, assegura-nos de
que “sua mensagem, longe de diminuir o homem, serve para seu
progresso, infundindo luz, vida e liberdade; fora dele, nada pode
satisfazer o coração humano” (cf. Gaudium et spes, 22,
21).
O Sagrado Coração de Jesus, São Cláudio La Colum- bière e Santa Margarida Maria |
“Junto
do Coração de Cristo, o coração do homem aprende a conhecer o
sentido verdadeiro e único de sua vida e de seu destino, a
compreender o valor de uma vida autenticamente cristã, a se guardar
de determinadas imperfeições do coração humano, a unir o amor
filial para com Deus ao amor do próximo.” Assim – e esta é a
verdadeira reparação pedida pelo Coração do Salvador –, sobre
as ruínas acumuladas pelo ódio e pela violência, poderá ser
construída a tão desejada civilização do amor, do reino do
Coração de Cristo.
Por
esses motivos, desejo vivamente que prossigais, com perseverança, a
difusão do verdadeiro culto do Coração de Cristo e que estejais
sempre prontos a dar uma ajuda eficaz a meus irmãos no episcopado a
fim de promover esse culto em todos os lugares, preocupando-vos em
encontrar os meios mais adequados de apresentá-lo e de praticá-lo,
para que o homem de hoje, com sua mentalidade e sensibilidades
próprias, descubra nele a verdadeira resposta a suas interrogações
e expectativas.
Como
no ano passado, por ocasião do congresso do Apostolado da Oração,
eu vos tinha particularmente confiado esta obra estreitamente unida à
devoção ao Sagrado Coração, hoje, nesta minha peregrinação a
Paray-le-Monial, vos peço que empregueis todos os esforços
possíveis para realizardes cada vez melhor a missão que Cristo vos
confiou, a difusão do culto de seu Coração divino.
Os
abundantes frutos espirituais produzidos pela devoção ao Coração
de Jesus são amplamente reconhecidos. Expressando-se,
principalmente, pela prática da hora santa, da confissão e da
comunhão da primeira sexta-feira do mês, ela contribuiu para
estimular gerações de cristãos a rezar mais e participar mais
frequentemente dos sacramentos da Penitência, da Eucaristia. Estes
são os caminhos que, ainda hoje, devem ser propostos aos fieis.
Que
a proteção maternal da Santíssima Virgem Maria vos assista. Foi na
festa da Visitação, em 1688, que essa missão vos foi confiada. Que
a bênção apostólica que, de coração, dou a toda a Companhia de
Jesus, desde Paray-le-Monial, seja para vós apoio e conforto em
vosso trabalho apostólico.
5
de Outubro de 1986.
João
Paulo II
______Carta
do santo padre, João Paulo II,
enviada
ao Pe. Peters Hans Kolvenbach, prepósito geral da Companhia de Jesus
* * *
Dentre
os comentários do Pe. Gerárd Dufuor, Capelão de Paray-le-Monial, à
época, destacam-se os seguintes:
“Os
laços entre a Companhia e a Visitação são antigos e profundos.
Foi por iniciativa dos jesuítas que santa Joana Francisca de Chantal
fundou o mosteiro de Paray, em 4 de setembro de 1626. As visitandinas
se beneficiaram constantemente da ajuda espiritual dos filhos de
santo Inácio. Um acontecimento providencial iria associar as
visitandinas e os jesuítas na difusão do culto ao Coração de
Jesus.
“Não
é possível compreender a carta de João Paulo II ao Pe. Kolvenbach
sem mencionar a visão de santa Margarida Maria, em 2 de julho de
1688. Numa carta dirigida à sua antiga superiora, madre De Saumaise,
poucos dias depois daquela data, ela escreve ter passado 'boa parte
do dia em oração diante do Santíssimo Sacramento'. É agraciada
com uma visão (lembrada por um grande mosaico da capela de São
Cláudio La Columbière, em paray-le-Monial) em que o Sagrado Coração
é representado sobre um trono de chamas – o fogo significando a
ardente caridade do Coração de Jesus –, cercado pela Santíssima
Virgem, são Francisco de Sales e Pe. La Columbière.
A
'Mãe de bondade' começa dizendo às visitandinas que elas são
'depositárias do precioso tesouro' que é o Coração de Jesus; que
elas devem procurar 'dele se enriquecer e fazer que todo o mundo dele
se enriqueça, sem temer que ele se exaura. E, 'quanto mais dele se
servirem, mais encontrarão'.
Em
seguida a Virgem se dirige ao Pe. La Columbière: 'Quanto a vós,
fiel servo do divino Filho, tendes grande parte neste precioso
tesouro, se foi dado às filhas da Visitação conhecê-lo e
distribuí-lo aos outros, foi reservado aos padres de vossa Companhia
fazer conhecer sua utilidade e valor, para dele tirarem proveito,
recebendo-o com respeito e o reconhecimento devidos a tão grande
benefício. E, na medida em que eles lhe derem esse prazer, esse
divino Coração, fonte de bênção e de graças, as derramará tão
abundantemente sobre as funções de seus ministérios que produzirão
frutos além de seus trabalhos e esperanças. E até mesma para
salvação e perfeição para cada um deles em particular'.
Tal
é a origem dessa missão suave, munus suavissimum, confiada à
Companhia de Jesus e assunto da carta de João Paulo II.
A
mensagem do papa se apresenta como recordação de um difícil
passado apostólico e apelo a uma fidelidade renovada.”
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FONTE:
livro Na Escola do Coração de Jesus com João Paulo II, Pe.
Gérard Dufuor, Edições Loyola, São Paulo/2000, pp. 38-40 e 61-62.
Meu Deus peço pela saúde de Roger Abdel de cura totalmente completamente de a Tua paz Jesus Cristo de Nazaré Amém de vitórias realizações proteção faça justiça em sua vida de misericórdia compaixão piedáde Jesus Cristo de Nazaré Amém assim seja graças glórias a Deus e a Jesusquecura A MINHA PAZ VOS DOU DISSE JESUS CRISTO DE NAZARÉ AMÉM
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