«Eis o Coração que tanto amou os homens, que não poupou nada até esgotar-se e consumir-se, para lhes testemunhar seu amor; e por reconhecimento não recebe da maior parte deles senão ingratidões.»(Sagrado Coração de Jesus a Santa Margarida Maria Alacoque)

sexta-feira, 22 de março de 2019


EM QUE CONSISTE A DEVOÇÃO AO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS

(Padre Jean Croiset, diretor espiritual de Santa Margarida Maria de Alacoque)


O objetivo particular desta devoção é chegar a participar do amor imenso do Filho de Deus que o levou a se entregar por nós até a morte e a dar-se a si mesmo no Santíssimo Sacramento do Altar. E, apesar da ingratidão e desprezo, que sabia que iria receber neste estado de vítima imolada até o fim dos séculos, nada disso foi obstáculo para realizar este prodígio de amor. Preferiu quedar-se exposto todos os dias aos insultos e opróbrios dos homens, antes que deixar de manifestar, até o extremo, o quanto nos ama.

O fim que propomos consiste, em primeiro lugar, honrar a Cristo presente na Sagrada Eucaristia tanto quanto nos seja possível, indo adorar-lhe com frequência, oferecendo-lhe nosso amor, nosso agradecimento e tudo o que nos ocorra. Em segundo lugar, consiste em reparar o quanto for o possível o tratamento indigno e os ultrajes que sofreu por amor durante sua vida mortal, e os que sofre agora todos os dias por amor (a nós) no Santíssimo Sacramento do Altar.

Assim, propriamente falando, esta devoção consiste em amar ardentemente a Jesus Cristo, a quem temos sempre conosco na adorável Eucaristia, manifestando-lhe nosso amor com nosso pesar por ver-lhe tão pouco amado e tão pouco honrado pelos homens, com o objetivo de reparar esses menosprezos e essas faltas de amor.

Porém, como ocorre inclusive no caso de outras devoções espirituais, sempre necessitamos objetos materiais e sensíveis que apelem à nossa natureza humana, que nos avivem a imaginação e a memória, e que nos facilitem sua prática; assim, no caso desta devoção, foi escolhido o Sagrado Coração de Jesus como o objeto mais digno de nosso respeito, e a forma mais apropriada para o fim desta devoção.

Disse Santo Tomás que o coração do homem é, de alguma maneira, o manancial e o assento do amor; os movimentos naturais do coração imitam continuamente os afetos da alma, e servem, não menos, por sua força ou fraqueza, para fazer crescer ou diminuir suas paixões. Esta é a razão pela qual normalmente se atribui ao coração os sentimentos mais afetuosos da alma e pela qual se faz tão venerável e tão precioso o coração dos santos.
O Sagrado Coração de Jesus prisioneiro em
nossos Sacrários

De tudo o foi dito até agora, é fácil entender-se a devoção ao Sagrado Coração de Jesus: o amor ardente por Jesus Cristo que se forma em nós ao fazer memória de todas as maravilhas que realizou, mostrando-nos sua ternura, especialmente no Sacramento da Eucaristia, que é o milagre do amor. Também se entende como o pesar que sentimos à vista dos ultrajes que nós homens fazemos a Jesus Cristo neste adorável Mistério. Assim também o desejo ardente de fazer tudo o que está ao nosso alcance para reparar esses ultrajes. Isto é, pois, o que se entende pela devoção ao Sagrado Coração de nosso Senhor Jesus Cristo.

Não se reduz somente — como alguns até poderiam imaginar ao ver o título — a amar e honrar com um culto especial este Coração de carne, semelhante ao nosso, que constitui uma parte do Corpo adorável de Jesus Cristo. E não é porque seu Sagrado Coração não mereça nossa adoração… Seria suficiente, como se diz, tratar-se do Coração de Jesus Cristo. Por que, se seu Corpo e seu Sangue precioso merecem todo nosso respeito, quem não vê que seu Sagrado Coração pede, ainda mais particularmente, que lhe respeitemos e veneremos? E se nos sentimos tão fortemente atraídos por suas sagradas Chagas, quanto mais devemos sentir penetrados da devoção ao seu Sagrado Coração?

O que queremos deixar claro é que a palavra coração se usa apenas no sentido figurado, e que este Divino Coração, considerado como uma parte do Corpo adorável de Jesus Cristo, não é propriamente outra coisa senão o objeto sensível desta devoção, e que o imenso amor que Cristo nos tem é seu principal motivo. Como o amor, por ser algo espiritual (abstrato), não pode fazer-se perceptível aos sentidos, é conveniente buscar-se um símbolo. E que outro símbolo pode ser mais próprio e natural do amor do que o coração?

Por isso mesmo a Igreja nos tem dado um objeto sensível dos sofrimentos do Filho de Deus, e que não é menos espiritual que seu amor. A Igreja apresenta-nos as sagradas Chagas de Jesus Cristo como uma devoção particular de sua Paixão. Assim também a devoção ao Sagrado Coração de Jesus, por ser mais afetuosa e ardente com Cristo no Santíssimo Sacramento, ao considerar-se o amor tão grande que nos mostra na Eucaristia, inflamando e motivando-nos a reparar o desprezo que os homens fazem a Jesus1.

E, certamente, o Sagrado Coração de Jesus é o amor para o qual se quer inspirar, mediante esta devoção, sentimentos de gratidão, igual às suas sagradas Chagas inspiram outros sentimentos, como objetos sensíveis que são dos sofrimentos de Jesus.
Santa Gertrudes Magna (Monja beneditina),
 no século XIII já recebia revelações do
Coração de Jesus
(Foto: Gaudium Press)

A devoção ao Sagrado Coração de Jesus não é uma novidade, pois muitos santos já a vivenciaram (no passado). Entretanto, a Santa Sé a autorizou sob o título de Sagrado Coração de Jesus. Clemente X2, em uma bula de 4 de outubro de 1674, concedeu indulgências a uma congregação dedicada ao Sagrado Coração de Jesus. Também, o Papa Inocêncio XII3 concedeu, por um breve expresso, indulgência plenária a quem praticar a devoção ao Sagrado Coração.

Entretanto, não é necessário expor-se cem razões que demonstrem a solidez desta devoção; basta dizer-se que o motivo principal é o amor que Jesus Cristo nos tem, cuja prova a encontramos na adorável Eucaristia. Outro motivo é reparar o desprezo que se faz ao Senhor; e, também, que o Sagrado Coração de Jesus, abrasado de amor, é o objeto sensível. Por último, deve-se mencionar que o fruto da devoção ao Sagrado Coração deve ser um amor terno e ardente a nosso Senhor.




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1 A devoção à Eucaristia e a devoção ao Sagrado Coração não só são irmãs, mas uma mesma e única devoção. Uma completa a outra e ambas juntas no seu desenvolvimento; estão unidas, que uma não existe sem a outra, e a união entre elas é absoluta. Não só não podem ser prejudiciais entre si, como, ao completarem-se e aperfeiçoarem-se, também se promovem seu crescimento recíproco.

2 Papa de 1670 a 1676.

3 Papa de 1691 a 1700.




Fonte: Croiset, Jean. La devoción al Sagrado Corazón de Jesús: P. Jean Croiset. Director espiritual de Sta. Margarita María de Alacoque, Spanish Edition, pp. 24-27. Didacbook/2016, Edição do Kindle. - Tradução e adaptação para o português do Brasil é nossa.

2 comentários:

  1. Meu Deus peço para mim Sandro liberte do fogo do inferno de perseguição"espiritual", conduza à vida eterna de bom ânimo faça justiça em minha vida, de a sua paz Jesus Cristo proteção Jesus sua saúde a minha saúde equilíbrio auto controle em minha vida, de sucesso saber, conhecimento,vivencia, cure a minha lesao cerebral Senhor Jesus Cristo de Nazaré Amém assim seja graças glórias a Deus e a Jesus

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  2. Meu Deus peço que quebre toda força diabólica desses srs.OtacilioDiasdeAlmeida,OrlandoCastilho,eOsvaldoPereira,liberte os do fogo do inferno e conduza à vida eterna de bom ânimo faça justiça em suas vidas e de a sua paz Jesus Cristo de Nazaré amém assim seja graças glórias a Deus e a Jesus

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