«Eis o Coração que tanto amou os homens, que não poupou nada até esgotar-se e consumir-se, para lhes testemunhar seu amor; e por reconhecimento não recebe da maior parte deles senão ingratidões.»(Sagrado Coração de Jesus a Santa Margarida Maria Alacoque)

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

PRIMEIRA SEXTA-FEIRA DO MÊS DE FEVEREIRO DEDICADA AO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS

PRIMEIRA SEXTA-FEIRA DO MÊS DE FEVEREIRO DEDICADA AO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS

Sagrado Coração de Jesus

CORAÇÃO DE JESUS: “O AMOR EXPLICA TODOS OS MISTÉRIOS DE JESUS”

Tudo o que possuímos no domínio da graça nos vem de Jesus Cristo; «é da Sua plenitude que todos nós recebemos»: De plenitudine ejus nos omnes accepimus (Jo. I, 16). Ele derrubou o muro de separação que nos impedia de chegar até Deus; com abundância infinita, mereceu para nós todas as graças; divina cabeça do Corpo Místico, tem o poder de nos comunicar o Espírito dos Seus mistérios, para nos transformar em Si.

Quando consideramos estes mistérios de Jesus, qual das Suas perfeições vemos brilhar neles de modo particular? - O amor.

O amor realizou a Encarnação: Propter nosdescendit de caeliset inctarnatus est (Credo da Missa); foi o amor que fez nascer Jesus Cristo numa Carne passível e enferma, inspirou a obscuridade da Sua vida oculta, alimentou o zelo da Sua vida pública. Se Jesus se entrega por nós à morte, é porque cede ao «excesso dum amor sem medida» (Jo. XIII, 1); se ressuscita, é « para nossa justificação» (Rom. IV, 25); se sobe ao céu, é «como precursor que vai preparar-nos um lugar» (Jo. XIV, 2; Hb. VI, 20) naquela morada de beatitude; envia «o Espírito consolador» para não «nos deixar órfãos» (Jo. XIV, 18); institui o sacramento da Eucaristia como memorial do Seu amor. (Lc. XXII, 19). Todos estes mistérios têm a sua origem no amor.

É preciso que a nossa fé neste amor de Jesus Cristo seja viva e constante. E por quê? Porque é um dos mais poderosos sustentáculos da fidelidade.

Vede S. Paulo. Jamais homem algum trabalhou e se consumiu como ele por. amor de Jesus. Um dia em que os inimigos atacam a legitimidade da sua missão, é obrigado, para se defender, a fazer a narração das suas obras, trabalhos e sofrimentos. Esta descrição viva, conhecei-la muito bem; mas é sempre uma alegria para a alma reler essa página, única nos anais do apostolado: «Muitas vezes, diz o grande Apóstolo, vi a morte de perto; cinco vezes sofri o suplício de flagelação; três vezes fui vergastado, e uma vez apedrejado; três vezes naufraguei; passei um dia e uma noite no fundo do mar. E as minhas viagens inúmeras, cheias de perigos; perigos por parte dos salteadores, perigos por parte dos meus patrícios, por parte dos infiéis; perigos nas cidades, perigos nos desertos, perigos no mar; os meus trabalhos e sofrimentos, as minhas numerosas vigílias; as torturas da fome e da sede, os múltiplos jejuns, o frio, a nudez; e sem falar de tantas outras coisas, lembrarei as minhas preocupações diárias, a solicitude de todas as igrejas que fundei» (II Cor. XI, 23-28). Noutro lugar aplica a si as palavras do Salmista: «Por amor d e Vós, Senhor, todos os dias somos entregues à morte, somos considerados como ovelhas destinadas ao matadouro…» Não obstante, acrescenta logo a seguir: «Mas em todos estes perigos saímos vencedores»: Sed in his omnibus superamus. (Rom. VIII, 36-37). E onde encontra ele o segredo desta vitória? Perguntai-lhe por que suporta tudo, até mesmo o «tédio de viver» (II Cor. I, 8); por que é que em todas essas provações permanece unido a Cristo, com tão inabalável firmeza que «nem a tribulação, nem a angústia, nem a perseguição, nem a fome, nem a espada o podem separar de Jesus»? (Rom. VIII, 35). Responder-vos-á: Propter eum, qui dilexit nos (Ibid. 37) – «por amor d'Aquele que nos amou». O que o sustenta, fortalece, anima, estimula, é a profunda convicção do «amor que Jesus Cristo lhe tem»: Dilexit me et tradtidit semetipsum pro me (Gal. II, 20).

De fato, o sentimento que nele faz nascer esta ardente convicção é que «não quer mais viver para si», ele que blasfemou o nome de Deus e perseguiu os cristãos (cf. At. XXIV, 9-10), «mas quer viver para Aquele que o amou a ponto de dar a própria vida por ele». Caritas Christi urget me... (II Cor. V, 14) - «É o amor de Cristo que me impele» exclama; «por isso me entregarei por Ele; de bom grado me sacrificarei sem reserva, sem conta»; esgotar-me-ei pelas almas que são conquista sua: Libentissime impendam et superimpendar (II Cor. XII, 15).

Esta, convicção de que Jesus Cristo o ama explica realmente toda a obra do grande Apóstolo.

Não há nada que tanto incite ao amor, como o saber-se e sentir-se amado. «Todas as vezes que pensamos em Jesus Cristo, diz Santa Teresa, lembremo-nos do amor com que nos cumulou de benefícios… O amor chama o amor» (Vida escrita por ela mesma, cap. XXII).

Mas como havemos de conhecer esse amor, que é a base de todos os estados de Jesus, que os explica e resume todos os seus motivos? Onde haurir esta ciência, tão salutar e fecunda, que S. Paulo dela fazia o objeto da sua oração pelos cristãos? (Ef. III, 19) Contemplando os mistérios de Jesus, se o fizermos com fé, o Espírito Santo, que é o amor infinito, descobrir-nos-á as suas profundezas e levar-nos-á ao amor em que têm a sua origem.


________ in, Jesus Cristo nos Seus Mistérios, Dom Columba Marmion, 3ª edição/1958, Mosteiro de Singeverga, excertos do Cap. XIX – O Coração de Jesus, pp. 435-438, obtido do blog Alexandria Católica.



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3 comentários:

  1. Desejo receber os conteúdos deste blog

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  2. É lmuito linda e verdadeiras as palavras de Jesus, fas a gente pensar o quanto nos afastamos Dele com facilidade

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