«Eis o Coração que tanto amou os homens, que não poupou nada até esgotar-se e consumir-se, para lhes testemunhar seu amor; e por reconhecimento não recebe da maior parte deles senão ingratidões.»(Sagrado Coração de Jesus a Santa Margarida Maria Alacoque)

sexta-feira, 17 de maio de 2019


SÃO BERNARDO DE CLARAVAL, O POETA DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS*




São Bernardo, esta alma tão terna e afetuosa para com Jesus Cristo, não podia deixar de ter devoção particular ao Coração de Jesus. Também ele nos deixou sobre este Coração adorável palavras tão belas, que não podemos furtar-nos ao prazer de citá-las:

Pois que, diz ele, chegamos ao Coração dulcíssimo de Jesus e é bom ficarmos Nele, não nos deixemos facilmente arrancar, porque Dele é que está escrito: Aqueles que de vós se separam, terão seu nome traçado na poeira, que um ligeiro sopro faz desaparecer.

Mas qual será a sorte dos que se aproximarem? Ensinai-nos Vós mesmo, ó bom Salvador. Àqueles que a Vós se chegavam dizeis: Regozijai-vos, porque vossos nomes estão escritos no Céu. Nós então nos aproximamos de Vós, a fim de nos rejubilarmos com a lembrança de vosso Coração. Oh! Quanto é bom, quanto é doce morrer neste Coração! Oh! Que rico tesouro é vosso Coração, ó Jesus! Darei tudo o que tenho, meus pensamentos e meus afetos, para O adquirir, lançando todas as minhas inquietações no Coração do meu Senhor Jesus, que me nutrirá e me assistirá em todas as minhas necessidades. Neste Templo, neste Santo dos santos, diante desta Arca do testamento, adorarei e louvarei o Nome do Senhor, dizendo com Davi: Achei meu coração para rogar a meu Deus. Eu também achei o Coração de meu Rei, de meu Irmão, de meu terno Amigo Jesus. E com este Coração, ouso dizê-lo, é meu, porque se Jesus Cristo é minha cabeça, como o que é de minha cabeça, não seria também meu? Da mesma sorte que os olhos da minha cabeça são verdadeiramente meus, assim este Coração espiritual é meu coração. Que felicidade para mim! Eu, pois, possuo um só Coração com Jesus. E não nos admiremos, pois São Lucas nos diz que os primeiros cristãos não tinham senão um coração. Tendo então achado vosso Coração que é também o meu, a Vós, amável Jesus que Sois meu Deus, humildemente rogarei. Permiti somente que minhas súplicas sejam admitidas nesse Santuário para serem ouvidas, ou antes, atraí-me todo para o vosso Coração. Ó Vós, que Sois o mais belo dos filhos dos homens, lavai-me cada vez mais de minhas iniquidades, a fim de que mereça habitar todos os dias de minha vida no vosso Coração. Vosso lado foi aberto para que possamos ter entrada livre em vosso Coração, e Nele habitarmos abrigados das agitações do mundo. Vosso Coração foi ferido, para que esta Chaga visível nos revelasse a Chaga invisível do amor. Quem então poderá não amar um Coração assim ferido? Quem poderá não pagar amor com amor?

Esta bela passagem mostra a evidência, quanto o santo abade de Claraval amava o Coração de Jesus. Sente-se que ele procura repetir muitas vezes a palavra Coração de Jesus, a fim de saborear-lhe toda a doçura, fazer penetrar mais profundamente na alma de seus piedosos ouvintes a terna devoção de que vivia cheio.





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* O Sagrado Coração de Jesus segundo Santo Afonso de Ligório”, 1ª Parte, Undécimo Dia, pp. 71-77; tradução portuguesa feita da 83ª edição pelo Exmo. Rev. sr. D. Joaquim Silvério de Souza, 5ª edição, Tipografia de Frederico Pustet, Ratisbona, 1926.




FONTE: blog Cum Petro Semper

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